11 de dezembro de 2008

Do cotidiano

O metrô estava demorando muito, contribuindo para minha impaciência. Mas a tal demora não fazia seu trabalho sozinha, era ajudada pelo sol que batia direto no meu rosto, aumentando o calor. O dia já não tinha sido o melhor e meu cansaço era prova disso. Além de tudo minha tpm estava aflorada e uma mulher não consegue ocultar isso, por mais que tente.

Eu só notei que meus pés batiam no chão, fazendo uma espécie de batuque sem ritmo, quando senti um olhar maldoso sobre mim. Era de uma senhora, sentada ao meu lado, que já mostrava rugas e usava um penteado desgrenhado e antigo. Ela não emitiu nenhum som, mas os seus olhos diziam com muita clareza: "Pare! O barulho que seus pés fazem me incomoda".

Não exitei em encará-la, uma vez que meu mau humor estava no limite, notei suas sombrancelhas franzidas. Imitei o gesto e decidi aumentar o ritmo descontrolado dos meus pés. Agora ela, que não parava de me olhar, emitia sons do tipo: "humpf". Estavam mais para grunidos, eu pensei. Não satisfeita adicionei barulhos com as mãos, batendo em no meu colo.

Fiquei feliz de saber que um olho não machuca ninguém, apesar da frase "te fuzilar com os olhos". Comecei a fingir dissimuladamente que não via. Percebi que estava gostando daquilo, como se fosse o troco para meu dia ruim, como se aquela mulher fosse a culpada. As provocações se estenderam por cinco longos minutos, até chegada do metrô.

3 comentários:

May Horta disse...

Impaciência e tpm, que combinação heim?

Bem Samara isso, muito peculiar essa forma de irritar as pessoas ainda mais, quando percebe que está irritando.
Adimiro isso! xD

Adoro o blog, meninas!
Beijos

Ricardo Nespoli disse...

Acho que realmente é importante você irritar pessoas para se tranquilizar, afinal, irritar não machuca ngm... :)

Mila disse...

Nossa, gente!

Vcs são muito maus... Ainda bem q eu sou um anjinho de candura e não irrito ninguém! hehehe

Ps.: Deus tá vendo!